E quando a gente vai ao cinema pagar pra ver um filme assim a maioria se indigna. Ahh mas eu não, esse que vou falar agora eu me diverti. Ri muito.
A merda era que era pra ser um sério... só era.
O filme "O Ataque" é um atentado ao bom gosto e não peço desculpas pelo trocadilho. Se você não quer spoilers ... Não continue lendo pois vou deixar escapar alguma cena. Mas não tem problema não porque no começo do filme a gente já sabe tudo que vai acontecer.
Sabe, eu não entendo nada de filmes, roteiros nem nada mas eu sei ver filmes. Sei desligar o senso comum, senso do ridículo, qualquer coisa que me faça esquecer que se trata de um filme, que não é uma obra prima do cinema, consigo desligar o cérebro e assistir o filme dos vingadores e achar o melhor filme do mundo até dois dias depois de tê-lo assistido, passando por cima de pérolas como blade runner, patrolando Amelie Poulin como se fosse novela da record.
Começa o ataque e eu chego 10 minutos atrasado, o que não implica em nada porque já de cara vemos o vilão.
Dae vem o nosso herói, que adoramos, persistente, intelecto de ameixa, largo como uma porta e eloquente como uma pedra. Ele é meio burro mas tem potencial. Até aí tudo bem.
Ele é divorciado.
É divorciado e tem uma filha.
Uma filha adolescente... o pacote completo. Ele perdeu a apresentação dela em que ela agitava a bandeira estadunidense, coisa pela qual ela praticou um mês inteirinho. Gravem isso, é importante.
Pois então... O filme é sobre um atentado, e eu não tocar nesse assunto pois o 11/09 americano é uma data até hoje lembrada com muito pesar.
O problema é que o filme parece que se embriagou no drama dessa lembrança e entorpecido com o próprio patriotismo a história segue se degringolando cada cena que passa.
Nem preciso mencionar que tem explosões, nosso herói encarna John McLane e mata vários, ninguém acerta ele, a guria é pega de réfem acho que duas vezes porque enquanto o herói toca o rebu e avacalha os planos dos caras maus eles parecem que tem reféns só pra bonito. Como se fosse uma espécie de protocolo a cumprir e ninguém usa um gato pingado pra convencer o pai-solteiro-rambo-nos-fins-de-semana a parar com a insanidade de querer salvar o presidente.
Os caras maus, ah sim, o que eu posso dizer deles. São maus. Muito maus. E parece que é protocolo também serem burros.
"Quero matar o heroizinho!" Diz o nêmesis do nosso american dad.
Então mata, cara, digo eu.
E ele tem a oportunidade de dar uns pipoco na cabeça e ele prefere o que? Brigar! Sim! Porque se ele é mau mesmo ganha dele no braço.
Então vem a irrealidade nº34 do filme.
Aviso: se algum dia ameaçarem explodir algumas granadas perto de você se esconda atrás de algum móvel de madeira, tipo um púlpito. Dá certo!
Já me estendi demais.
O ápice... Quando não resta mais alternativa a não ser mandar a casa branca pelos ares junto com a região ao redor, e um monte de pessoas... Os caças prontos para atingirem o alvo e sacrificarem os bandidos e seus reféns, o american dad, tudo pelo bem das milhares de vidas que vão salvar...
Ela aparece... A adolescentezinha enjoada. Com a bandeira que ela catou da casa branca semi-destruída. A única esperança já que o pai dela sabe-se lá o que está fazendo... Mas não adianta princesa, os caças vão explodir tudo, vocês vão virar farelo, serão esquecidos, arrancados da existência tão rápido quanto o SBT muda sua grade de horários...
Então ela começa a agitar a bandeira... E os caças desistem da idéia.
Sim
"Ahh meeu, eu não posso, que se dane o resto do mundo, meu país inteiro, a paz mundial, caguei pra isso, eu não consigo".
Ela conseguiu. E nessa hora o roteiro já tinha ido pro brejo.
O diretor foi perdendo o rumo de tal forma que vai acontecendo tanta coisa... Troca presidente duas, três vezes, helicópteros explodem, um Obama de tênis branco ataca outro velho gritando "eu escolho a pena!", etc etc. E quando vemos que a garotinha evita um ataque ordenado pelo quinto presidente no filme, com aval de todas as figuras importantes, a fim de evitar uma tragédia mundial, meu amigo... Eu já estava às gargalhadas de tão incrédulo.
Cheguei a
Me contorcer de incredulidade na reviravolta durante a briga entre american dad e seu nêmesis. E quando se descobre quem é o verdadeiro vilão...
Chega. Prefiro ver "Espartalhões". Pelo menos a piadas fracas são feitas por querer!